• História da Academia

    O meio musical Paivense teve, ao longo do século passado e no presente, uma vincada raiz popular. Em meados do séc. XIX o fenómeno ligado ao aparecimento das Bandas de Musica no nosso país não passou indiferente aos nossos antepassados que, inteligentemente souberam agarrar a ideia criando, na freguesia de Bairros, a 1ª Filarmónica de Castelo de Paiva.

    No inicio de século XX (1909) funda-se a Banda Marcial de Fornos e em meados do século a Banda dos Mineiros do Pejão que chegou a ser considerada a melhor Banda Civil do país.

    Paralelamente a este tipo de organizações, o folclore sempre fez parte das mais profundas vivências culturais das gentes paivenses. O cancioneiro musical, a precisar de ser urgentemente elaborado, é riquíssimo e cresceu intimamente ligado aos trabalhos do campo e às festividades populares e religiosas.

    Ao nível do ensino da música saliente-se o esforço das Bandas de Musica, que, de uma forma amadorística e gratuita, criaram escolas e formaram nelas os seus executantes.

    Na década de 70, com a democratização social e política, a reforma do ensino atribuiu à Educação Musical um papel importante na formação das crianças e jovens, instituindo a disciplina como curricular, novas perspetivas se abriram para aqueles que sempre sentiram a música como vocação.

    Os Conservatórios de Música, deixaram de ser exclusivos de determinadas elites, abrindo as suas portas a todos. A importância dada aos processos relacionados com a cultura e sociedade, resultaram na proliferação, por todo o país, de organizações artístico-culturais nomeadamente na área performativa da música.

    Castelo de Paiva não viveu indiferente a este movimento renovador e em Dezembro de 1988, por iniciativa da Câmara Municipal, é inaugurada pelo Sr. Presidente da Republica, Dr. Mário Soares a Casa Municipal da Cultura, nela se instalando, para grande regozijo de todos, a tão ansiada Escola de Musica.

    Funcionando esse ano lectivo como ano experimental, foi-lhe concedida, no ano lectivo de 1989/1990, pelo Ministério da Educação, autorização provisória de funcionamento.

    Sendo gerida pela Câmara Municipal até 1994, por razões de ordem legal e funcional, decidiu-se, por protocolo, “transferir a sua gestão para uma pessoa colectiva, de índole associativa, vocacionada nesta área, salvaguardando a actividade e as funções sociais que a escola hoje desempenha e, também a prestação de colaboração às iniciativas da Câmara Municipal, em troca de apoio que esta anualmente prestará” (in Protocolo de Cooperação celebrado entre a Câmara Municipal e a Academia de Música de Castelo de Paiva, 1994).

    A pessoa coletiva acima referida é a Academia de Música de Castelo de Paiva, criada com o objectivo de gerir a Escola de Música, com estatutos e regulamentos próprios. A ligação à Câmara Municipal, não é posta em causa, quer no protocolo, quer no Regulamento Interno aprovado pelos associados.

    Ao longo da sua existência, considerando a especificidade do público escolar e a tradição musical do meio, a escola soube introduzir o currículo que melhor se adaptava às necessidades locais. Assim, os cursos propostos, têm procurado dar resposta aos organismos existentes, nomeadamente, Bandas de Música, Coros, Grupos Etnográficos e Ranchos Folclóricos a quem a Academia reduziu as propinas e priorizou as matrículas aos alunos propostos por estas entidades, nas condições previstas no regulamento.

    A Escola rege-se por estatutos devidamente aprovados e por um Regulamento Interno homologado em Assembleia Geral.